O prefeito de Campo Novo de Rondônia, Oscimar Ferreira (PV), e o secretário municipal de Educação, Márcio Murata, querem melhorar os investimentos no setor, mas pedem o apoio dos pais e famílias da cidade. Os motivos que dificultam as mudanças na educação são a conscientização da população e a falta de apoio político.
O prefeito e o secretário querem implantar o turno único nas escolas rurais do município. O objetivo é reduzir os custos e melhorar o ensino em Campo Novo. “O primeiro passo para atender as metas do Plano Nacional de Educação é implementar o turno único nas escolas rurais de Campo Novo, para depois, instituirmos a educação integral, que resulta no melhor ensino das crianças e adolescentes, aliando estudo, práticas esportivas e cursos profissionalizantes. Infelizmente, estamos vivendo uma crise moral e ética, onde a população cobra mais dos políticos e nem sempre apoia tudo o que fazemos”, afirmou Oscimar.
O principal problema que dificulta as mudanças são os altos custos do transporte escolar rural que consome milhões de reais por ano, mas com o turno único e a divisão de gastos com o Governo do Rondônia, haverá melhor utilização dos recursos públicos. “Gastamos quase 4 milhões de reais por ano com transporte escolar, já que quase 80% da população de Campo Novo está na zona rural. A arrecadação teve uma grande queda e dependemos praticamente dos 20% que estão na cidade. Outro problema é a escassez de mão de obra, já que muitos profissionais não querem trabalhar na zona rural e há uma falta de professores que resultam em mais atrasos. Ano passado, fizemos uma semana de conferências sobre o nosso Plano Municipal de Educação com a população e professores para saber qual o melhor caminho a tomarmos. O Governo Federal estimula a educação em tempo integral. Temos que cumprir a meta de 20% das escolas com esse sistema até o ano de 2024 e o primeiro passo seria a educação em turno único, mas estamos encontrando dificuldades”, disse o prefeito de Campo Novo.
O secretário municipal de Educação, Márcio Murata, destacou as vantagens da implantação do turno único nas escolas rurais do município. “Além da redução dos custos, onde os recursos economizados podem ser usados em outras questões da educação, como construção de quadras esportivas. Já temos três escolas com turno único, mas temos que adequar as quadras esportivas para melhorar a questão dos esportes. Temos os riscos que envolvem os dois turnos, onde temos alunos estressados, que tem que acordar cedo para pegar o transporte ou almoçam rápido demais para pegar os estudos à tarde. Com isso, oferecemos apenas lanches mais fáceis de serem preparados, não há nenhuma grande refeição, além do problema com os profissionais que trabalham distante, na cidade e tem que ir à zona rural. O Governo do Estado está fazendo um ordenamento do setor com a entrega de alunos que não são da sua competência, onde educação fundamental é do município, ensino médio do Governo e educação superior do Governo Federal”, apontou Murata.
Para reduzir ainda mais os custos e facilitar o acesso de todas as crianças e adolescentes ao ensino, o Governo do Estado e os municípios estão fazendo parcerias para compartilhar o transporte escolar. “Fizemos um acordo onde o Governo do Estado abra o ensino médio no horário de turno único da Prefeitura. Um exemplo disso é na linha 421, onde chegamos a transportar apenas quatro alunos à noite e na Grotão, onde ia apenas um aluno dentro do ônibus. Muitos pais não deixam as meninas estudarem à noite por medo e isso resulta nesses custos altos sem eficácia. O Governo Federal repassa apenas 300 reais por ano por aluno. Já o Governo do Estado paga por distância percorrida, o que é bem melhor. Por isso, é necessária a mudança do sistema. Os pais vão reclamar, mas é o mais viável a ser feito pelo o bem da educação, melhorando a qualidade e o investimento. Muitos comparam essa mudança com o que ocorreu em São Paulo, mas lá a situação é bem diferente daqui. Estamos abertos ao debate e sugestões, mas não tem nada a ver”, destacou Márcio Murata.
Para finalizar, o prefeito de Campo Novo destacou as vantagens da mudança do ensino para a educação integral. “Será um ano difícil para conscientizar os pais sobre essas melhorias, mas não vamos fechar escolas, e sim, otimizar os custos, com investimentos corretos e transparentes. Temos um IDEB [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] bem alto na zona rural, que resultam em mais investimentos no ensino. O primeiro passo é fazer a mudança para o turno único, depois, a educação integral. Primeiro, vem a vistoria do Ministério da Educação e depois mais recursos do Governo Federal para investimentos. Isso só resulta em melhorias no setor. Um processo longo, mas precisamos do apoio da população e da classe política de Campo Novo”, encerrou Oscimar Ferreira.
Fonte:RONDONIAVIP